O cantor Milton Santos de Almeida, conhecido como Miltinho, morreu na noite de domingo
(7), no Rio de Janeiro, aos 86 anos. Ele estava internado desde julho no
Hospital do Amparo, no Rio Comprido, zona norte do Rio, parar tratar o pulmão, que
tinha um problema de enfisema, decorrente do hábito de fumante, quando
não resistiu a uma parada cardíaca.
Foi um dos maiores intérpretes de samba do Brasil,
Miltinho deu voz a sucessos como Mulher
de trinta, Leva meu samba, Meu nome é ninguém e Palhaçada, na década de 1960.
Conhecido como "Rei do Ritmo",
Miltinho foi um dos últimos cantores da época dos conjuntos vocais do samba. Sobre
sua relação com o gênero, comentou certa vez: "É como você ir comprar um
sapato e já saber qual o número que vai servir". Ele ganhou o apelido por
contrariar os ritmos ditados pelas orquestras na época, cantando dois tempos
atrasados e à frente da harmonia.
Na década de 1940, integrou diversos grupos,
como Namorados da Lua e Milionários do Ritmo. Como instrumentista, ele nunca
deixou de tocar pandeiro. Miltinho marcou presença em um dos mais bem-sucedidos
conjuntos vocais na década de 1940, os "Anjos do Inferno", que chegou a sair em turnê com a cantora Carmem
Miranda e lançou marchinhas de sucesso, como Nós, os Carecas, Nêga do
Cabelo Duro e Cordão dos Puxa-Sacos.
Mas foi como cantor solo e compositor que
Miltinho se consagrou. Na década de 1960, chegou a participar de um filme de
Mazzaropi, chamado "O Vendedor de Linguiças". Na mesma época, gravou um disco em parceria com Elza Soares, denominado "Elza, Miltinho e Samba". O dueto deu tão certo, que os dois voltaram
a gravar em 1968 e 1969.
No aniversário de 70 anos, em 1998, lançou o
CD "Miltinho Convida", com convidados de luxo, na verdade, fãs, como
João Nogueira, João Bosco, Luiz Melodia, Chico Buarque, entre outros. Durante
sua carreira, lançou a carreira de Luiz Ayrão e João Nogueira.
Ele viveu uma vida incrível, fez sucesso,
porém não tinha amargurado por ter sido esquecido. Sua única mágoa, foi ter
sido colocado na prateleira da “velha guarda” da música brasileira, quando do
surgimento do movimento bossa nova, mesmo tendo sido inventor de um jeito
moderno de cantar, com harmonia à frente do canto, proporcionando às suas
interpretações um suingue e originalidade.
Em 2008, foi tema do curta "No Tempo de
Miltinho", que venceu como Melhor Curta brasileiro no festival de
documentários “É Tudo Verdade”, em 2009.
Em 2013, o selo Discobertas, de Marcelo Fróes,
lançou uma coletânea box em comemoração aos 60 anos de carreira do cantor, com
o lançamento de 12 LPs de Miltinho, de 1960 a 1965, em formato Compact Disc - CD.
Admirado por Chico Buarque e Zeca Pagodinho,
ele foi um dos grandes cantores de samba dos anos 1960 e 1970.
Nesta postagem, homenageamos o grande cantor e compositor Miltinho, resgatando um álbum, lançado em 1968, pela gravadora RGE, com o selo Premier, intitulado "Os Grandes Sucessos de Miltinho - Volume 2", com a seleção das seguintes canções:
1. Lembranças (Raul Sampaio – Benil Santos)
2. Chorando,
Chorando (Edson Borges – Armando Cavalcanti)
3. Poema do
Olhar (Jair Amorim – Evaldo Gouveia)
4. A Canção Que
Virou Você (Luis Antônio)
5. Meu Nome é
Ninguém (Haroldo Barbosa – Luis Reis)
6. Estrada do
Amor (Luis Antônio)
7. Distância (Raul Sampaio – Benil Santos)
8. Serenata da
Chuva (Jair Amorim – Evaldo Gouveia)
9. Confidência (Raul Sampaio – Benil Santos)
10. Só Vou de
Balanço (João Roberto Kelly)
11. Ninguém (Raul Sampaio – Benil Santos)
12. Solução (Raul Sampaio – Ivo Santos)
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