Aproveitando a releitura da telenovela "O Pantanal", na Rede de TV Globo, reapresento a trilha sonora da primeira versão dessa novela, que ocorreu na Rede de TV Manchete.
Nesta postagem, apresento essa excelente trilha Volume 1, lançado em 1990, pela gravadora Bloch Discos. Os destaques ficam por conta da sua seleção musical, principalmente das canções No mundo dos sonhos (Pepperland), interpretado por Robertinho de Recife, uma composição de George Martin, produtor dos Beatles e Amor Selvagem, composição e interpretação de Marcus Viana.
O Pantanal foi uma telenovela brasileira produzida pela extinta Rede Manchete TV e exibida originalmente às 21h:30min, de 27 de março a 10 de dezembro de 1990, em 216 capítulos.
A telenovela foi escrita por Benedito Ruy Barbosa e dirigida por Jayme Monjardim, Carlos Magalhães, Marcelo de Barreto e Roberto Naar.
A trama apresentou os atores Claudio Marzo, Jussara Freire, Antonio Petrin, Cristiana Oliveira, Marcos Winter, Luciene Adami, Marcos Palmeira, Paulo Gorgulho, Sérgio Reis, Almir Sater e Angelo Antonio nos papeis principais.
A novela conta a história de José Leôncio, um peão de comitiva que chegou com o Pai Joventino ao Pantanal, onde compraram uma fazenda e começaram a criar gado de corte. José Leôncio e seu pai caçavam Marruás um tipo de boi selvagem que vivia solto pelas matas da região aumentando assim seu rebanho na fazenda.
Certo dia Zé Leôncio viajou com os peões em comitiva e pediu para que seu pai não fosse caçar Marruá sozinho, entretanto o velho Joventino acabou indo caçar e desapareceu na imensidão do Pantanal. Zé Leôncio voltou de viagem e procurou pelo pai sem sucesso.
Nesse dia ele prometeu que ia trazer um Marruá no laço todos os dias só para ter a esperança de encontrar o pai. Passado algum tempo, Zé Leôncio se tornou um fazendeiro rico e foi para o Rio de Janeiro cobrar uma dívida, onde conheceu e se apaixonou por uma jovem fútil e mimada, de nome Madeleine.
A família de Madeleine era da alta classe carioca, porém seu pai era viciado em jogo, acabando aos poucos com o status da família e os deixando perto da falência. Antero, pai de Madeleine, aceita que José Leôncio se case com sua filha, recebendo dele um bom dinheiro para tentar resgatar o status da família.
Ele a leva para o Pantanal e a engravida. Mulher da cidade grande, Madeleine não se adapta ao mundo rural, à rude vida pantaneira e à rotina de peão do marido. Durante uma das viagens de Zé Leôncio em comitiva, levando gado para a venda, ela foge com o amigo Gustavo que vai buscá-la no pantanal e o filho de poucos dias, para a cidade do Rio de Janeiro.
Amargurado, Zé Leôncio tenta em vão recuperar o menino, que acabara de nascer, mas acaba concordando em deixá-lo com a mãe na cidade grande. Passa a viver então com Filó, sua empregada, que já tinha um filho, Tadeu.
Ele reconhece Tadeu como seu afilhado considerando ele seu filho. Vinte anos depois, o filho legítimo, Jove (Joventino), finalmente decide ir conhecer o pai. Mas o choque cultural é grande e os dois têm sérias dificuldades para se entender.
Sentindo-se rejeitado pelo pai, que acha que o filho é afeminado, e ridicularizado pelos peões por causa de seu jeito de moço da cidade, Joventino decide retornar ao Rio, mas leva consigo Juma Marruá, moça criada como selvagem pela mãe até a morte desta, assassinada por encomenda numa trama paralela de vingança entre posseiros de terras e vítimas de grilagem.
Tal como a mãe, comenta-se no Pantanal que Juma se transforma em onça pintada. Passado um tempo no Rio, onde o choque cultural é agora sofrido por Juma, Joventino retorna ao Pantanal para não ter que se separar de sua "onça" amada. Desta vez, ele está disposto a se adaptar ao estilo de vida local. Jove começa a se acertar com o pai e com Juma e vai se transformando num autêntico peão pantaneiro, surpreendendo a todos continuamente.
A história tem ainda um lado sobrenatural, baseado no fascinante folclore da região Pantaneira: os principais personagens, com exceção de José Leôncio, frequentemente se deparam com uma figura conhecida como "O Velho do Rio", um curandeiro idoso que cuida das pessoas atacadas pela Jararaca Boca-de-Sapo, uma cobra venenosa, ou que simplesmente se perdem na extensão do Pantanal.
Todos comentam que o Velho do Rio é o Pai de todas as sucuris, que ele se transforma em sucuri também sendo ele a maior de todas. O povo acredita que O Velho do Rio se trate do pai de José Leôncio, o desaparecido peão Joventino, de quem o neto Jove herdou o nome. Além do Velho do Rio e da história de Juma Marruá como onça pintada, uma terceira trama sobrenatural enriquece a novela: a figura do misterioso peão Trindade, que teria um pacto com o diabo, ou seria ele próprio a encarnação do diabo.
No decorrer da trama, José Leôncio descobre a existência de um terceiro filho seu, na verdade o primeiro dos três: José Lucas de Nada, fruto do primeiro relacionamento sexual dele com a prostituta Generosa, em um prostíbulo de Goiás para o qual fora levado pelo pai ao completar quinze anos de idade a fim de "mostrar que era macho". O sobrenome de José Lucas era De Nada, pois o mesmo não tinha pai para lhe dar um sobrenome, assim que Zé Leôncio o reconheceu como filho ele passou a ser chamar José Lucas Leôncio.
A saga da família Leôncio inclui, finalmente, o complicado relacionamento com o fazendeiro vizinho, Tenório, cujo passado como grileiro de terras o liga às tragédias familiares de Juma e seus pais, bem como de outros peões e agregados tanto da fazenda de José Leôncio como do próprio Tenório.
O mau-caratismo deste e sua inclinação a vinganças covardes colocará em risco em diversas circunstâncias a família de José Leôncio. Por sua vez, Tenório também estará na mira de forasteiros que vieram de longe em busca de vingança contra o homem que destruiu a vida e os bens de seus pais.
A curiosidade é que durante anos, a novela ficou engavetada na Central Globo de Produções, à espera de uma decisão se seria produzida ou não. Em 1990, a Manchete contrata seu escritor, Benedito Ruy Barbosa, que finalmente realiza seu sonho, obtendo estrondoso sucesso e superando a até então imbatível Rede Globo.
Além disso, a Manchete contrata também uma grande leva de atores globais, como Cláudio Marzo, Cássia Kiss, entre outros e mistura com revelações da teledramaturgia brasileira, como Cristiana Oliveira e Marcos Winter.
Depois de provar que suas histórias também mobilizavam a audiência no horário nobre, o autor Benedito Ruy Barbosa, que na TV Globo só recebia o horário das 18h, retornou a casa em 1993 para escrever, finalmente, uma novela das oito global: Renascer, outro grande sucesso.
Uma das atrizes do elenco não queria atuar na novela. Carolina Ferraz só foi atuar na novela após ser ameaçada de demissão pela emissora. Como em todas as novelas o roteiro sempre muda no meio da exibição, Ítala Nandi havia pedido ao autor uma licença para atuar em um filme, e ele resolveu matar a sua personagem, Madeleine. Já Almir Sater saiu para protagonizar a novela Ana Raio e Zé Trovão. A atriz Adriana Esteves esteve cotada pra fazer a personagem Juma, assim como também a atriz Debora Bloch
A novela foi exibida originalmente no Brasil pela extinta Rede Manchete entre 27 de março e 10 de dezembro de 1990 às 21h30. A novela Pantanal foi reapresentada em duas ocasiões: às 19h30, de 17 de junho de 1991 a 18 de janeiro de 1992, e às 21h30 na íntegra, de 26 de outubro de 1998 a 14 de julho de 1999.
Esta segunda reprise tem uma particularidade interessante: entrou no ar em substituição à novela Brida, que acabou com os recursos da emissora. A Rede Manchete seria vendida pouco depois dessa reestréia de Pantanal, tendo essa reprise concluída pela RedeTV!.
A exemplo do que já havia sido feito com Xica da Silva, o SBT comprou as fitas da novela arrematadas no leilão da massa falida da Manchete e passou a reapresentar Pantanal às 22h desde o dia 9 de junho de 2008 à 13 de janeiro de 2009. A Rede Globo contestou a reprise, pois detinha os direitos do texto, adquiridos do autor Benedito Ruy Barbosa.
O SBT não anunciou a novela com antecedência. A emissora só anunciou como sendo sua "Arma Secreta". Também foram exibidas enquetes sobre as novelas preferidas pelo público e, curiosamente, na edição, Pantanal era a preferida do público.
A emissora de Silvio Santos só começava a exibir a novela Pantanal quando a então novela das oito da Rede Globo A Favorita, acabava. A emissora paulista chegou a exibir chamadas apelando para o público dizendo: "Quando acabar a novela da Globo, A Favorita, troque de canal e veja a novela Pantanal.
O SBT exibiu a trama de segunda a sábado, na faixa das dez da noite. Nesta reexibição foi apresentada na íntegra, ou seja, o SBT conseguiu apresentar a telenovela Pantanal completa em 187 capítulos, uma vez que, no seu início, o SBT apresentava três capítulos completos em um, apresentando a novela em full time.
Também foi criada uma nova abertura, e nesta quem aparecia nua era a modelo Glenda Santos. A apresentadora Nani Venâncio, na época modelo, aparece nua se metamorfoseando em onça na abertura da novela.
Alguns atores da novela já faleceram. São eles: João Alberto Carvalho Pinheiro, Rômulo Arantes, Luiz Armando Queiroz, Flora Geny, Rubens Correa, Alexandre Lippiani, Xandó Batista,Jofre Soares, Buza Ferraz e o diretor Marcelo de Barreto.
Fonte: Wikipedia, 2014
A novela teve três trilhas sonoras, sendo: volumes 1 e 2 (pela TV Manchete), O melhor do Pantanal (reexibição SBT) e o instrumental Pantanal Suite Sinfônica, com músicas compostas e regidas por Marcus Viana.
A seleção do álbum é composta pelas seguintes canções:
01. No mundo dos sonhos – Pepperland (Robertinho de Recife);
02. Quem saberá perder (Ivan Lins);
03. Apaixonada (Simone);
04. Divinamente nua, a lua (Orlando Morais);
05. Amor selvagem (Marcus Viana);
06. Estrela natureza (Sá e Guarabira);
07. Pantanal (Sagrado Coração da Terra);
08. Memória da pele (João Bosco);
09. Castigo (Leo Gandelman);
10. Um violeiro toca (Almir Sater);
11. Triste berrante (Solange Maria e Adauto Santos);
12. Comitiva esperança (Sérgio Reis).
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