A postagem da vez, apresenta uma das maiores cantoras brasileiras que já existiu, pouco conhecida do grande público e pouco lembrada, o que é um pecado. Estou me referindo a Leny Eversong, cantora brasileira de uma voz potente e requintada, admirada lá fora, mais do que em seu próprio país. Sempre comento que ela nasceu no país e na época errada, pois escolheu cantar jazz em um momento que isso não era comum e nem comercial no Brasil.
Mas vamos aproveitar este espaço para mostrar um pouquinho sobre Leny Eversong ou melhor Hilda Campos Soares da
Silva e sua interessante trajetória. Ela nasceu em 1/9/1920, em Santos/SP, e faleceu em 29/4/1984, em São
Paulo/SP. Começou sua carreira aos 12 anos, quando se apresentou no programa
Hora Infantil, da Rádio Clube de Santos.
Logo foi chamada para um teste, que lhe
valeu um contrato e o espaço para atuar no programa noturno daquela emissora.
Seu forte, desde então, eram as interpretações para os foxes estrangeiros.
Recebeu então o pseudônimo de "Hildinha, a Princesa do Fox".
Transferiu-se em 1935 para a Rádio
Atlântica, também em Santos. Nessa ocasião, adotou seu famoso nome artístico,
sugerido pelo produtor Carlos Baccarat e passou a cantar apenas em inglês.
Decorava as letras com sua pronúncia
perfeita, mesmo não falando o idioma.
Em 1936, foi para o Rio de Janeiro,
onde fez uma temporada de três meses na Rádio Tupi. Atuou em shows no
Copacabana Palace Hotel e no Cassino da Urca.
Em 1937, assinou contrato com a boate
Night and Day, casa noturna inaugurada no último andar do Edifício Martinelli,
em São Paulo.
Fez também temporadas no Cassino
Guarujá, SP. Participou de inúmeros programas de rádio em São Paulo,
principalmente nas Rádios Bandeirantes e Cultura.
Em 1940, atuou na Rádio Educadora
Paulista. Gravou seu primeiro disco em 1942, interpretando os estribilhos do
fox Tropical magic, The nango e When I love, I love! e a
rumba Week-end in Havana, com a Orquestra Colúmbia dirigida pelo maestro
Totó, da qual era crooner.
Um ano depois, gravou o fox Tangerine
e o samba Carioquinha,entre outras músicas com a mesma orquestra.
No mesmo ano, gravou seu primeiro disco
solo, interpretando o fox-canção Besame mucho, de Velasquez e o bolero Por
mi culpa, de Cesar Siqueira.
Em 1944 gravou seu segundo disco solo,
interpretando o fox-trot Stormy weather e o fox I can't give you
anything but love.
Em 1945, transferindo-se da Rádio Tupi,
passou por duas rádios paulistas: a Excelsior e depois a Nacional. Em 1948, fez
temporada na Argentina, apresentando-se como uma cantora americana.
Nas décadas de 1940 e 1950, a peruana
Yma Sumac fazia enorme sucesso, por causa de seu registro vocal
extraordinariamente agudo.
Segundo Jairo Severiano, "em
matéria de extravagância o Brasil tinha uma representante mais interessante que
a Yma, pois ela não cantava com tanta expressão ou em tantas línguas quanto a
Leny, que cantou em todas que se possa imaginar".
Na década de 1950, a cantora voltou a
interpretar músicas brasileiras. Em 1951 gravou na Continental, o samba canção Estranho,
de Osvaldo Nunes e Cabeção, o bolero Inultimente, de Sílvio Donato e
Heitor Carrilho e os sambas Vidas iguais, de Osvaldo Nunes e Ciro de
Souza e Vem amor, de Nei Campos e João Basile.
Em 1952 gravou a marcha Pode ir em
paz, de Adoniran Barbosa e Hervé Cordovil e o samba Volta por Deus!,
de Mário Vieira e Conde.
No mesmo ano, gravou um de seus grandes
sucessos, o fox-trot Jezebel, de Shanklin. No mesmo disco, que contou
com o acompanhamento de Poly e Seu Conjunto, gravou com Cauby Peixoto o fox-trot Blue guitar, de Leyghton e C. Red
Sorther.
Em 1953 gravou o samba Confissão, de Mário
Vieira e o choro baião Solidão, de Aldo Cabral e Ataulfo Alves.
No mesmo ano, assinou contrato com a gravadora
Copacabana, onde estreou gravando o samba canção E ele não vem, de Hervé
Cordovil, e a valsa Roda, roda, roda, de Jair Gonçalves.
Nessa época, gravou o LP Leny Eversong em foco,
que trazia vários sucessos: Granada, de Agustín Lara, e Nunca, de
Lupicínio Rodrigues.
Em 1955, gravou a marcha Coração de palhaço,
de Osvaldo França e Nilo Silva, o samba Enxuga as lágrimas, de Avaré e
Nei Campos e o samba canção Portão antigo, de Antônio Maria.
No mesmo ano, gravou do maestro Guerra Peixe, com
acompanhamento do mesmo, a toada Nego bola-sete e o ponto de macumba Mamãe-Iemanjá.
Em 1956 registrou os sambas Oxalá, de
Pernambuco e Marino Pinto e Ritmo do coração, de Aires Viana e Edel Nei.
Em 1958, fez apresentação no Olympia de Paris,
França. Lá, recebeu de um comentarista francês o slogan "A Voz do
Amazonas".
No mesmo ano, gravou com Roberto Audi, na
Copacabana a toada Geada, de David Nasser e Armando Cavalcanti e o fox No
azul pintado de azul, uma versão de David Nasser.
Em seguida, foi contratada pela
RGE, estreando com o rock balada Sereno, de Aloísio Teixeira de Carvalho
e a canção Esmagando rosas, de Alcir Pires Vermelho e David Nasser.
Em 1960, apresentou-se em Las Vegas, EUA,
permanecendo em cartaz por dois anos. Nos Estados Unidos, chegou a gravar o LP Leny
Eversong na América do Norte, acompanhada pela Orquestra de Neal Hefti. O
disco foi distribuído no Brasil pela Copacabana. Por essa época, foi uma das
pioneiras do rock no Brasil, gravando em 1960, os rocks Carina, de Paes
e Testa, com versão de Bruno Marnet e Sabor a mí, de Alvaro Carrilho.
Em 1963, gravou pela Copacabana o LP Ritmo
fascinante nº 1", trazendo Fascination, de Marchetti e Morley,
e Franqueza", de Denis Brean e Osvaldo Guilherme. Participou, em
1964, do filme Santo Módico, de Robert Mazoyer.
Ainda em 1963, lançou pela RGE o LP A
internacional Leny Eversong, que trazia as músicas Esmagando rosas,
de Alcir Pires Vermelho e David Nasser, e Stormy Weather, de Arlen e
Koehler.
Em 1964, participou da montagem da Ópera dos
três vinténs, de Berthold Brecht, em São Paulo. Participou também de alguns
festivais da canção. Ainda na década de 1960, registrou em LP um show ao vivo,
na extinta Boate Drink, ao lado de Cauby Peixoto.
Em 1970, fez show no Canecão, Rio de Janeiro.
Passou por sérios problemas pessoais e de saúde a partir do início dos anos de
1970, ocasião em que seu marido saiu para comprar cigarros e nunca mais voltou.
A cantora, a partir de então, ficou deprimida e foi aos poucos perdendo a
saúde.
Em 1983, ainda fez uma participação no programa
televisivo "Show Sem Limite", de J. Silvestre. Vítima de diabetes,
antes de falecer aos 64 anos, chegou a ter as duas pernas amputadas.
Fonte: Wikipedia, Agosto 2018.
Nesta postagem, apresentamos o álbum "Ritmo Fascinante nº 1", que eu não considero o seu melhor álbum, preferindo os discos do inicio da carreira, onde predominava canções em inglês, de estilo jazz. Esse disco tem a predominância de canções de samba canção em português, justamente com o intuito de ser mais comercial e ser mais conhecida do público brasileiro. Foi lançado e relançado no Brasil, somente em formato Long Playing - Lp, em 1958, pela gravadora Copacabana Discos, com o selo Copacabana e Beverly.
Em minha opinião, os destaques deste álbum ficam por conta das interpretações nas canções Fascination, Por causa de você, It's not for me to say e Because of you. As músicas que compõem o disco são as seguintes:
1. Fscination
2. Por causa de você;
3. It's not for me to say;
4. Franqueza;
5. No Sé;
6. Pode ficar;
7. Fascination (Valsa);
8. Jangada;
9. Cabecinha no ombro;
10. Pensando em ti;
11. Pode ser (Chances are);
12. Meu protesto;
13. Because of you.
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