domingo, 22 de setembro de 2013

RAUL SEIXAS TRIBUTO - O INÍCIO, O FIM E O MEIO - 1991


O cantor e compositor brasileiro, Raul Santos Seixas, nascido em Salvador, no dia 28/junho/1945 e morreu em São Paulo, no dia 21/agosto/1989. É considerado um dos pioneiros do rock brasileiro. Também foi produtor musical da gravadora CBS, durante sua estada no Rio de Janeiro, e por vezes é chamado de "Pai do Rock Brasileiro" e "Maluco Beleza"

Sua obra musical é composta de 21 discos lançados em seus 26 anos de carreira e seu estilo musical é tradicionalmente classificado como rock e baião, e de fato conseguiu unir ambos os gêneros em músicas como Let Me Sing, Let Me Sing.

Seu álbum de estreia, Raulzito e os Panteras (1968), foi produzido quando ele integrava o grupo Os Panteras, mas só ganhou notoriedade crítica e de público com as músicas do álbum “Krig-ha, Bandolo! (1973)”, como Ouro de Tolo, Mosca na Sopa e Metamorfose Ambulante

Raul Seixas adquiriu um estilo musical que o creditou de "contestador e místico", e isso se deve aos ideais que vindicou, como a Sociedade Alternativa apresentada em “Gita (1974)”, influenciado por figuras como Aleister Crowley

Raul se interessava por filosofia (principalmente metafísica e ontologia), psicologia, história, literatura e latim e algumas crenças dessas correntes foram muito aproveitadas em sua obra, que possuía uma recepção boa ou de curiosidade por conta disso.

Ele conseguiu gozar de uma audiência relativamente alta durante sua vida, e mesmo nos anos 80 continuou produzindo álbuns que venderam bem, como “Uah-Bap-Lu-Bap-Lah-Béin-Bum! (1987)” e “A Panela do Diabo (1989)”, esse último em parceria com Marcelo Nova, e sua obra musical tem aumentado continuamente de tamanho, na medida em que seus discos (principalmente álbuns póstumos) continuam a ser vendidos, tornando-o um símbolo do rock do país e um dos artistas mais cultuados e queridos entre os fãs nos últimos quarenta anos. 

Em outubro de 2008, a revista Rolling Stone promoveu a Lista dos Cem Maiores Artistas da Música Brasileira, cujo resultado colocou Raul Seixas figurando a posição 19ª, encabeçando nomes como Milton Nascimento, Maria Bethânia, Heitor Villa-Lobos e outros. No ano anterior, a mesma revista promoveu a Lista dos Cem Maiores Discos da Música Brasileira, onde dois de seus álbuns apareceram “Krig-ha, Bandolo!”, de 1973 atingiu a 12ª posição e Novo Aeon ficou em 53º lugar , demonstrando que o vigor musical de Raul Seixas continua a ser considerado importante hoje em dia.

Raul Santos Seixas nasceu numa família de classe média baiana que vivia na Avenida Sete de Setembro, Salvador. Seu pai, Raul Varella Seixas, era engenheiro da estrada de ferro e sua mãe, Maria Eugênia Santos Seixas, se dedicava às atividades domésticas. 

Os estudos de Raul Seixas começaram em 1952, onde frequentou o curso primário estudando com a professora Sônia Bahia. Concluído o curso em 1956, fundou o Club dos Cigarros com alguns amigos. O trágico percurso escolar de Raul Seixas se iniciaria em 1957, quando ele ingressou no ginásio Colégio São Bento, onde foi reprovado na 2ª série por três anos. Um dos motivos da reprovação, segundo alguns biógrafos, é que ele, em vez de ir assistir as aulas, ouvia rock and roll — em seus primórdios — na loja Cantinho da Música. 

No mesmo ano, em 13 de Julho, Raul Seixas fundou o Elvis Rock Club com o amigo Waldir Serrão. Segundo a jornalista Ana Maria Bahiana, é através de Serrão que Raul Seixas começou a sair de casa e a manter uma vida social mais ampla. Segundo Raul, o encontro com Waldir foi fantástico: "me preparei todo, botei a gola pra cima, botei o topete, engomei o cabelo, e fiquei esperando ele, mascando chiclete". 

O Elvis Rock Club era como uma gangue, que procurava brigas na rua, fazia arruaça, roubava bugigangas e quebrava vidraças. Embora Raul não gostasse muito disso, "ia na onda, pois o rock (pelo menos a meu ver) tinha toda uma maneira de ser".

Então, a família resolveu matricular Raul num colégio de padres, o Colégio Interno Marista, onde ele alcançou a 3ª série em 1960, mas acabou repetindo o estágio em 1961. Ao que tudo indica nessa época Raul Seixas começou a se interessar pela leitura. O pai de Raul Seixas amava os livros e possuía uma vasta biblioteca em casa.Tão logo decifrou o mistério das letras, o garoto pôs-se a ler os volumes que encontrava na biblioteca do pai Raul. Sendo assim, as histórias que lia na biblioteca fermentavam sua imaginação e, com os cadernos do colégio, fazia desenhos, criava personagens, enredos, para depois vender ao irmão quatro anos mais novo, que acabava ficando interessado e comprava os esboços. Segundo Raul, um dos personagens principais dessas histórias era um cientista maluco chamado "Mêlo" (algo como "amalucado"), que viajava para diversos lugares imaginários como o Nada, o Tudo, Vírgula Xis Ao Cubo, Oceanos de Cores. Segundo Raul, Melô era sua "outra parte, a que buscava as respostas, o eu fantástico, viajando fora da lógica em uma maquinazinha em que só cabia um só passageiro... Melô-eu." Plínio ficava horas ouvindo o irmão contar suas histórias, dentro do quarto dos dois e Raul frequentemente encenava os personagens como um ator. Ambos os irmãos tinham algo em comum: adoravam literatura, mas odiavam a escola.

Mais tarde, já maduro, Raul Seixas diria: "Eu era um fracasso na escola. A escola não me dizia nada do que eu queria saber. Tudo o que aprendia era nos livros, em casa ou na rua. Repeti cinco vezes a segunda série do ginásio. Nunca aprendi nada na escola. Minto. Aprendi a odiá-la." De um modo ou de outro, Raul Seixas precisava frequentar a escola vez ou outra. Em uma determinada ocasião, o pai perguntou a Raul como ele ia na escola e pediu seu boletim. Raul mostrou um boletim falsificado, com todas as matérias resultando em um 10. O pai questionava se ele havia estudado, mas Maria Eugênia interrompia, dizendo algo como "Estudou nada, ficou aí ouvindo rock o tempo inteiro, essa porcaria desse béngue-béngue, de élvis préji, de líri ríchi e gritando essas maluquices." Os pais de Raul, como toda a geração da época, estranhavam o rocke ele não era muito bem-vindo entre as famílias.

Embora Raul mantivesse um gosto muito sincero pela música, seu sonho maior era ser escritor como Jorge Amado. Na sua cidade, escutavam Luís Gonzaga todos os dias, nas praças, nas casas, em todos os estabelecimentos. Enquanto isso Raul junta-se a cena do Rock que se formava em Salvador. "Em 54/55, ninguém sabia o que era rock. Eu tocava e me atirava no chão imitando Little Richard.". Com o passar do tempo a banda que chegou a ter diversos nomes, como “Relâmpagos do Rock”, formadas então pelos irmãos Délcio e Thildo Gama, passa por várias formações e em 1963, passa a se chamar “The Panters”, banda que agora já se tornara sensação de Salvador. A fama se espalha, e a banda é rebatizada pelo nome “Os Panteras”.

Em 1967 Raul Seixas começa um relacionamento com Edith Wisner, filha de um pastor protestante americano. O pai de Edith não aceita o namoro da filha. Em seis meses completa o segundo grau, faz cursinho pré-vestibular e passa em Direito, Psicologia e Filosofia. Com isso casa-se com Edith. Logo em seguida, abandona os estudos, volta a reunir os Panteras e aceita o convite de Jerry Adriani para ir para o Rio de Janeiro.

Em 1968, Raulzito e Os Panteras gravam seu primeiro e único Disco, Raulzito e Os Panteras. Assinando contrato com a gravadora Odeon, após encontrarem Chico Anysio e o rei Roberto Carlos, que os reconheceu nos corredores de uma grande gravadora. O Disco, no entanto, não teria sucesso de critica nem de público. Eládio Gilbraz, um dos panteras, diria: "De um lado havia a inexperiência de quatro rapazes, recém-chegados da Bahia, falando em qualidade musical, agnosticismo, mudança de conceitos e sonhos. Do outro lado, uma multinacional que só falava em "comercial". Talvez não tenha sido o disco que o grupo imaginara, mas nosso sonho era gravar um disco.

A partir daí, Raulzito e Os Panteras passariam sérias dificuldades no Rio de Janeiro. Raul morava em Ipanema, e ia a pé até o centro da cidade para tentar divulgar suas músicas, não obtendo sucesso. Algumas vezes os Panteras recebiam ajuda de Jerry Adriani, tocando como banda de apoio, o que, segundo o próprio Raul, lhe deu muita experiência e lhe ajudou a descobrir como se comunicar, pois suas "músicas eram muito herméticas". Raulzito passaria então fome no Rio de Janeiro (como mais tarde escreveria em Ouro de Tolo).

Raul Seixas estava totalmente abalado pelo fracasso com Os Panteras, e a sua volta a Salvador. Escrevia ele: "Passava o dia inteiro trancado no quarto lendo filosofia, só com uma luz bem fraquinha, o que acabou me estragando a vista [...] Eu comprei uma motocicleta e fazia loucuras pela rua.". No entanto, a sorte começaria a mudar, um dia, conhece na Bahia um diretor da CBS Discos. Mais tarde ele convidaria Raul para ser produtor da gravadora. Sem pensar duas vezes, ele faz as malas, junto a Edith, e volta para o Rio. Raul volta ao Rio para usar seus enciclopédicos conhecimentos de música como produtor fonográfico. Nos cadernos de composições de Raul começaria a ser alimentada uma revolução. Esta seria a segunda chance de Raul, apostando no talento do amigo, Jerry Adriani convence o então presidente da CBS, Evandro Ribeiro, a dar a Raulzito um emprego de produtor. Raulzito trabalhou anonimamente por um bom tempo.

Raul após ter entrado na CBS, fez grandes aliados e amigos. Ainda em 1968, a dupla “Os Jovens” e a banda “The Sunshines” apostaram em suas letras. No entanto, Raul faria um grande amigo e parceiro: Leno, da dupla Leno e Lilian. "Raulzito sempre esteve 20 anos adiante de seu tempo e Leno o compreendia; na verdade, sempre houve uma grande admiração mútua". Diria Arlindo Coutinho, da relações públicas da CBS. Em seu compacto duplo Papel Picado, lançado em 1969, Leno registrou Um Minuto Mais, versão de Raulzito para I Will (nada a ver com a canção de Paul McCartney). Também não se pode esquecer de Mauro Motta, outro grande parceiro de Raul nesta fase. Jerry Adriani decide convocar Raulzito para ser o produtor de seus discos. No álbum de 1969, aproveitou para gravar uma de suas músicas, Tudo Que É Bom Dura Pouco.

Naquela mesma época, outros ídolos da Jovem Guarda também apadrinharam Raulzito gravando suas letras como Ed Wilson, Renato e seus Blue Caps, Jerry Adriani, Odair José. O ano de 1970 marcou o início de uma fase muito ativa na carreira de Raulzito, como produtor da CBS. Primeiramente, suas composições passaram a ser gravadas pelos artistas do cast da gravadora. Passou o ano produzindo discos para Tony & Frankye, Osvaldo Nunes, Jerry Adriani, Edy Star e Diana, além de escrever uma quantidade enorme de músicas para os colegas da gravadora. Algumas de muito sucesso, como Doce doce amor (Jerry Adriani), Ainda Queima a Esperança (Diana) e Se ainda existe amor (Balthazar). 

Raulzito nessa época passa a ter um bom emprego de respeitado produtor, que conseguira lançar suas composições como Hits na voz de outros cantores e produzir grandes artistas. Mas Raulzito não se conformava apenas com isso, com o apoio de Sergio Sampaio, Raul passa cada vez mais a realimentar os sonhos de quando ainda morava em Salvador, que era ser um cantor. Ao lado de Leno, Raulzito participa do disco “Vida e Obra de Johnny McCartney”, disco solo de Leno, em que ambos buscam novos caminhos e experimentações. Juntos assinam letras e composições em parcerias. Foi o primeiro Lp gravado em oito canais no Brasil. As letras do Disco foram censuradas, e o Disco não foi lançado na época. 

Outro projeto mal sucedido seria a “Sociedade da Grã-Ordem Kavernista Apresenta Sessão das 10onde Raul Seixas deu inicio a produção de um projeto de ópera-rock, tendo as letras mutiladas pela censura do Regime Militar. O Sociedade Grã Ordem Kavernista era um disco Anarquico, inspirado em Frank Zappa e o então cultuado Disco “Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band”, dos Beatles misturado a elementos brasileiros, como samba, chorinho, baião. O Movimento no entanto não dera certo.

O álbum “Krig-ha, Bandolo!(1973), foi o primeiro disco de Raul com repercussão crítica e de público. No início dos anos 1970, Raul decide participar do Festival Internacional da Canção, de 1972, sendo convencido pelo amigo e parceiro Sérgio Sampaio. Raul inscreve-se no Festival duas de suas músicas, Let Me Sing, Let Me Sing , defendida pelo próprio Raul e Eu Sou Eu e Nicuri é o Diabo, defendida por Lena Rios & Os Lobos.

Ambas chegam a final, obtendo sucesso de critica e de público. Na época, Raul também se interessa por um artigo sobre extraterrestres publicado na revista A Pomba e teve o seu primeiro contato com o escritor Paulo Coelho, que mais tarde, se tornaria seu parceiro musical. No ano de 1973, Raul conseguiu um grande sucesso com a música Ouro de Tolo no álbum “Krig-ha, Bandolo!”, uma música com letra quase autobiográfica, mas que debocha da Ditadura e do "Milagre Econômico". O mesmo LP também continha outras músicas que se tornaram grandes sucessos, como: Metamorfose Ambulante, Mosca na Sopa e Al Capone. Raul Seixas finalmente alcançou grande repercussão nacional como uma grande promessa de um novo compositor e cantor.

Porém, logo a imprensa e os fãs da época foram aos poucos percebendo que Raul não era apenas um cantor e compositor. No ano de 1974, Raul Seixas e Paulo Coelho criam a Sociedade Alternativa, uma sociedade baseada nos preceitos do bruxo inglês Aleister Crowley, onde a principal lei é "Faze o que tu queres, há de ser tudo da Lei". 

No Hollywood Rock, festival de rock realizado no verão de 1975 no Rio de Janeiro, Raul lê um manifesto e canta a Sociedade Alternativa, o que foi registrado no documentário Ritmo Alucinante, lançado no mesmo ano. Em todos os seus shows, Raul divulgava a Sociedade Alternativa com a música de mesmo nome. A Ditadura, então, através do DOPS (Departamento de Ordem Política e Social) prendeu Raul e Paulo, pensando que a Sociedade Alternativa fosse um movimento armado contra o governo.

Depois de torturados, Raul e Paulo foram exilados para os Estados Unidos onde Raul Seixas teria supostamente se encontrado com John Lennon. No entanto, o seu álbum LP “Gita”, gravado poucos meses antes, faz tanto sucesso, que ambos voltaram ao Brasil. Esse disco rendeu a Raul um disco de ouro, após vender 600.000 cópias. Ainda nesse ano, Raul separa-se de Edith, que vai para os Estados Unidos, com a filha do casal, Simone.

Em 1975, casa-se com Gloria Vaquer, e grava o álbum “Novo Aeon”, onde Raul compôs uma de suas músicas mais conhecidas, Tente Outra Vez. O disco LP, porém, vendeu menos de 60 mil cópias. Em 1976, Raul supera a má-vendagem do disco anterior com o disco “Há Dez Mil Anos Atrás”. Neste mesmo ano, nasce sua segunda filha, Scarlet.

Naquele final de década as coisas começaram a ficar ruins para Raul. A parceria com Paulo Coelho é desfeita. O cantor lança três discos pela gravadora WEA (Warner Music Brasil), a partir de 1977, que fizeram sucesso de público e desgosto na crítica “O Dia Em Que A Terra Parou, que continha canções como Maluco Beleza e Sapato 36. Outros álbuns, Mata Virgem - 1978” (de volta com a parceria de Paulo Coelho, “Por Quem os Sinos Dobram - 1979”. 

Por volta deste período, intensifica-se a parceria com o amigo Cláudio Roberto Andrade de Azevedo (geralmente creditado como Cláudio Roberto), com quem Raul compôs várias de suas canções mais conhecidas.

A partir do ano de 1978, começa a ter problemas de saúde devido ao consumo exagerado de álcool, que lhe causa a perda de 1/3 do pâncreas. Separa-se de Glória, que vai embora para os Estados Unidos levando a filha Scarlet. Neste ano, conhece Tania Menna Barreto, com quem passa a viver. 

No ano de 1979, separa-se de Tania. Começa então a depressão de Raul Seixas junto com uma internação para tratar do alcoolismo. Conhece Angela Affonso Costa, a Kika Seixas, sua quarta companheira.

Em 1980 assina novamente contrato com a CBS (desta vez como cantor) lançando mais um álbum, “Abre-te Sésamo”, que contém outros sucessos e têm as faixas Rock das 'Aranha e Aluga-se,  censuradas. Logo depois o contrato é rescindido. Em 1981 nasce a terceira filha, Vivian, fruto de seu casamento com Kika.

Em 1982 faz um show na praia do Gonzaga, em Santos, reunindo mais de 150 mil pessoas. No mesmo ano, Raul apresenta-se bêbado em Caieiras, São Paulo, e é quase linchado pela platéia que não acredita que Raul é o próprio, mas um impostor. 

Desde 1980, Raul estava sem gravadora e agora também sem perspectiva de um novo contrato. Mergulhado na depressão, Raul afunda-se nas drogas. Porém, em 1983, Raul é convidado para gravar um disco pelo Estúdio Eldorado. Logo depois, Raul é convidado para gravar o especial infantil “Plunct, Plact, Zuuum”, da Rede Globo, onde canta a música Carimbador Maluco. O álbum Raul Seixas (1983), que continha a canção, dá à Raul mais um disco de ouro.

Em 1984 grava o álbum LP "Metrô Linha 743", pela gravadora Som Livre. Mas depois Raul teve as portas fechadas novamente, devido ao seu consumo excessivo de álcool e constantes internações para desintoxicação. Também em 1984 a Eldorado lança o disco “Ao Vivo - Único e Exclusivo”.

Em 1985, separa-se de Kika Seixas. Faz um show em 01/dezembro/1985, no Estádio Lauro Gomes, na cidade de São Caetano do Sul. Só voltaria a pisar no palco no ano de 1988, ao lado de Marcelo Nova. Conseguindo um contrato com a gravadora Copacabana, em 1986 (de propriedade da EMI), grava um disco que foi lançado somente no ano seguinte, devido ao alcoolismo de Raul. 

O disco”Uah-Bap-Lu-Bap-Lah-Béin-Bum! faz grande sucesso entre os fãs, chegando a ganhar disco de ouro e estando presente até em programas de televisão, como o Fantástico. Nesta época, conhece Lena Coutinho, que se torna sua companheira.

A partir desse ano, estreita relações com Marcelo Nova (fazendo uma participação no disco “Duplo Sentido”, da banda Camisa de Vênus. Um ano mais tarde, 1988, já separado de Lena, faz seu último álbum solo, “A Pedra do Gênesis”. A convite de Marcelo Nova, faz alguns shows em Salvador, após três anos sem pisar num palco. 

No ano de 1989, faz uma turnê com Marcelo Nova, agora parceiro musical, totalizando 50 apresentações pelo Brasil. Durante os shows, Raul mostra-se debilitado. Tanto que só participa de metade do show, a primeira metade é feita somente por Marcelo Nova.

As 50 apresentações pelo Brasil resultaram naquele que seria o último disco lançado em vida por Raul Seixas. O disco foi intitulado de “A Panela do Diabo”, que foi lançado pela Warner Music Brasil, no dia 22/agosto/1989.

Na manhã do dia 21/agosto/1989, Raul Seixas foi encontrado morto sobre a cama , por volta das oito horas da manhã em seu apartamento em São Paulo, vítima de uma parada cardíaca: seu alcoolismo, agravado pelo fato de ser diabético, e por não ter tomado insulina na noite anterior, causaram-lhe uma pancreatite aguda fulminante. 

O álbum LP “A Panela do Diabo vendeu 150.000 cópias, rendendo a Raul um disco de ouro póstumo, entregue à sua família e também a Marcelo Nova, tornando-se assim um dos discos de maior sucesso de sua carreira. Raul foi velado pelo resto do dia no Palácio das Convenções do Anhembi. No dia seguinte seu corpo foi levado por via aérea até Salvador e sepultado às 17 horas, no Cemitério Jardim da Saudade

Fontes: 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Raul_Seixas
http://casaderocknacional.blogspot.com
http://rockgratismp3.blogspot.com

Nesta postagem, compartilhamos o álbum tributo a Raul Seixa, intitulado “O Início, O fim e O Meio”, lançado em 1991, pela gravadora Sony Music, com o selo (label) Epic, com a participação de grandes cantores da música brasileira, tais como: RPM, Comando Negri, Alceu Valença, Caetano Veloso, Adriana Calcanhoto, Ney Matogrosso, Vange Leonel, Nenhum de Nós, Barão Vermelho, Erasmo Carlos,  Cidade Negra e Ultraje a Rigor. 

Em minha opinião, a diversidade de artistas, com releituras dos sucessos de Raul Seixas, não ficando restritas aos originais, foi muito positivo. Confiram as releituras das músicas Ouro de tolo, Maluco beleza, No fundo do quintal da escola e Rock das “aranha”. As músicas desse disco são as seguintes:

01. Gita (RPM);
02. Eu nasci há 10 mil anos atrás (Comando Negri);
03. Como vovó já dizia (Alceu Valença);
04. Ouro de Tolo (Caetano Veloso);
05. O trem das 7 (Adriana Calcanhoto);
06. Maluco beleza (Vange Leonel);
07. Tente outra vez (Nenhum de Nós);
08. No fundo do quintal da escola (Barão Vermelho);
09. Medo da chuva (Erasmo Carlos);
10. Mosca na sopa (Cidade Negra);
11. Rock das “aranha” (Ultraje a Rigor);
12. Metamorfose ambulante (Ney Matogrosso) – Bônus lançada na versão em Compact Disc - CD



























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sexta-feira, 20 de setembro de 2013

SOM BATEAU - ATACA NOVAMENTE - 1971

Em 07/Agosto/2013, apresentamos o álbum Volume 4, da série de estúdio Som Bateau - Ataca Novamente. Agora resgatamos o Volume 3, lançado no mesmo ano de 1971, pela gravadora Phonogram, com o selo (label) Polydor, com produção de Mazola e arranjos de Waltel Branco.

Neste volume, como sempre, há uma seleção misturada de duas canções em cada faixa, sucessos populares da época. Relembre-os com essa compilação, que tem a participação de vozes de artistas consagrados, porém não identificados no disco. As canções do álbum são:

1. Deixa estar como esta (Put your hand in the hand) / Chocolate;
2. Ovo de codorna / 16 toneladas (Sixteen tons);
3. Mar de rosas (Rose garden) / Copacabana meu amor;
4. Minha senhora / Boêmio demodê;
5. Você mudou demais / Carta de amor;
6. Você não entende nada / Você abusou;
7. Vamos lá prá ver / Só vou criar galinhas;
8. Amada amante / Eu só tenho um caminho;
9. Bye bye (Sing sing Barbara) / Sim baby (Dream baby);
10. Que diabo você tinha / Já faz tempo, não lhe vejo;
11. Só quero / Ana;
12. Menina da ladeira / Mudei de idéia;
13. Balada nº 7 / Não devo mais ficar (Have you ever seen the rain).








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POLY E SEU CONJUNTO - NOITE CHEIA DE ESTRELAS - 1961

Nesta postagem, resgatamos um grande instrumentista brasileiro, eternizado pela som de sua guitarra havaiana. 

Desta vez, apresentamos um belo disco de Poly e seu Conjunto, contendo músicas clássicas regionais, interpretadas de uma forma especial, lançado no Brasil, no ano de 1961, pela gravadora Chantecler e posteriormente relançado em 1989, pelo selo (label) Phonodisc. 

Apesar da limitação do áudio, em virtude das precárias condições do material, vale a pena ouvir e conhecer. (Veja mais detalhes sobre Poly em nossas postagens anteriores):


As músicas do disco são as seguintes:

1. Noite, cheia de estrelas;
2. Tristeza do Jeca;
3. No rancho fundo;
4. Zingara;
5. Nancy;
6. Triste caboclo;
7. Eu só quero é beliscá;
8. Canção do jornaleiro;
9. Cabeça inchada;
10. História triste de uma praieira (Jangadeiro);
11. Folia de santos reis;
12. Que sôdade.







Selo (label) Chantecler - 1961




Selo (label) Phonodisc - 1989
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quinta-feira, 19 de setembro de 2013

BLOW-UP - 1st ÁLBUM - 1969

A banda Blow-Up nasceu na cidade de Santos, no bairro do Macuco, com o nome de The Black Cats. Era formado por amigos de escola, tendo Robson (guitarra), Hélio (bateria), Tivo (baixo e vocal), Zé Luis (vocal), Nelson (teclado e Adalberto (guitarra base).

O som dos rapazes se caracterizava na reprodução fiel de versões dos discos que tinham acesso, oriundos do exterior, por meio do Porto de Santos. Seguindo o movimento Jovem Guarda, começaram a tocar em bares e clubes da região.

A fama logo se espalhou, levando o grupo a se apresentar no programa de Hugo Santana, na extinta TV Excelsior, chamado “Almoço Musicado”. Nesse meio tempo, conheceram o compositor mineiro Zegê, que mais tarde adotaria o nome de Zé Geraldo, que os convidava para acompanha-lo em seus shows. O resultado dessa parceria foi à gravação de dois discos compactos, pela gravadora Mocambo.

Três anos depois, por já existir outra banda Black Cats, inclusive com registro, o grupo foi obrigado a trocar de nome, passando a se chamar Blow-Up, baseado no filme homônimo do cineasta italiano Antonioni.

Em 1969, assinaram contrato com a gravadora Caravelle e gravam o seu primeiro álbum Long Playing – Lp. O disco era composto por uma boa seleção de canções cantadas em português e com versões em inglês, tais como Time of the seasons, do The Zombies, Let me do, de Paul Revere e The Raiders, My Special Angel, do Vogues, entre outras preciosidades.

No ano seguinte, foram convidados para participar do filme “Se Meu Dólar Falasse”, estrelado por Grande Otelo e Dercy Gonçalves. O segundo álbum só foi lançado em 1971, também pela gravadora Caravelle. Apesar de não ter um título específico, o disco também ficou conhecido por “Expresso 21”. Diferente do anterior, esse álbum era composto por composições em português e apresentava mudanças na formação original, onde Lobão assume o vocal, em substituição a Zé Luis.

Atualmente os dois álbuns integram a lista de mais procurados por colecionadores, inclusive internacionais, sendo que o segundo álbum, teve a sua capa publicada no livro “1001 Record Collector Dreams”, do pesquisador austríaco Hans Pokora.

Em 1972, ainda pela gravadora Caravelle, a banda Blow Up lança um disco compacto simples, denominado “Quem Manda Nesse Mundo é o Dinheiro”. O sucesso comercial veio quatro anos depois, quando a banda assina contrato com a gravadora Philips. A canção Rainbow, lançada em disco compacto pela nova gravadora, alcança as paradas de sucesso, entra na trilha sonora da novela “Anjo Mau”, da Rede Globo de Televisão e em virtude disso, conseguem obter a primeira colocação no programa musical “Globo de Ouro”. A faixa também é apresentada especialmente no programa “Fantástico”, todos da mesma emissora.

Ainda em 1976, ganhariam o prêmio de melhor banda de São Paulo, segundo a imprensa especializada, entregue no ginásio do Clube Atlético Juventus. Em 1977, a banda entraria em estúdio para gravar mais um compacto simples, denominado Pamela Poon Tang. Essa faixa fez parte da compilação da série “Sua Paz Mundial - Volume 4”.

Nesta postagem, apresentamos o primeiro álbum da banda Blow-Up, lançado em 1969, pela gravadora Caravelle, contendo as seguintes músicas:

1. Estrela que cai (Good morning sunshine);
2. My special angel;
3. Você não sabe amar (The Grafsman);
4. Ela foi embora;
5. Hush a bye;
6. Cada dia (Everyday with you girl);
7. Deixe-me (Let me);
8. Feliz sem ter você;
9. Os sonhos meus;
10. Prá ter seu carinho;
11. Time of the season;
12. Eu não sei (Don't say why).




























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domingo, 8 de setembro de 2013

JOSE LUIS PERALES - Y TE VAS - 1976

Nesta postagem trago um cantor espanhol, que tomei conhecimento na época, ao ser presenteado por um amigo, por meio de um compacto duplo. Confesso que no dia não gostei do presente, já que não conhecia quem era o artista. A única coisa que sabia era que ele estava nas paradas de sucesso do Brasil com a canção Y te vas. Posteriormente, ao ouvir com mais calma fui apreciando sua obra. Nesse compacto gostei muito das outras canções, que não fizeram muito sucesso no Brasil.


Estou me referindo a José Luis Perales, cantor e compositor, nascido na cidade espanhola de Cuenca, no dia 18 de janeiro de 1945. Seu sucesso iniciou a partir de sua apresentação no Carnegie Hall, em Nova York e vendeu mais de 50  milhões de discos em todo o mundo, principalmente nos países de língua espanhola.


Seu primeiro disco de ouro o conseguiu na Argentina no ano 1974,  com a música Celos de mi guitarra (Ciúme do meu violão). Desde então,  recebeu mais de 100 discos de ouro e platina. Sua canção ¿Por qué te vas? (Por que você vai?), popularizada pela cantora Jeanette foi cantada por mais de 40 artistas na, na França, Alemanha, Inglaterra, Japão e outros (até o ano de 2004). Só de esta canção vendeu mais de 6 milhões de cópias na Alemanha e Áustria.


Ele começou cedo, tocando o instrumento Alaúde, com apenas 6 anos de idade. Seu despontar para a música se deu  quando estava escutando o rádio e sentiu motivado para compor uma canção, nascendo ali uma de suas primeiras melodias chamada Niebla (Névoa).Ainda que pouco madura, mas que marcaria o princípio de uma trajetória, onde Jose Luis viu claramente o que seria sua verdadeira dedicação durante o resto de seus dias: a música.


Depois de uma interpretação em uma festa alguém ofereceu-lhe gravar e tentar a sorte, que viria mais tarde como compositor, já que como cantor, não foi bem recebido por um diretor de uma gravadora. Para ele, naquele momento, o que importava era poder lançar suas composições de alguma forma. Cantar não era prioritário.


Após conhecer o produtor musical Rafael Trabuchelli, no ano de 1970, que lhe convidou para cantar, sua vida dá um rumo total. Incialmente, motivado por questões familiares não queria ser cantor, mas apenas compositor.


Em seguida, José Luis Perales compôs a canção Por que te vas, sendo um sucesso interpretada pela cantora Jeanette, vendendo no ano, quatro milhões de discos em todo o mundo, sendo incluído no filme de Carlos Saura, intitulado “Criando Cuervos”.


Após esse sucesso o produtor Rafael o convenceu a cantar definitivamente, lançando seu primeiro disco em 1973/1974, intitulado “Mis Canciones”, tendo como destaque a canção Celos de mi Guitarra. Foi sucesso imediato na Espanha e na América Latina.


Tornou-se um dos cantores e compositores mais ativos da indústria fonográfica espanhola, com mais de 450 canções registradas na Sociedade General de Autores y Editores (SGAE). Recebeu mais de 100 discos de ouro e platina.


Para compartilhar, apresento um compacto duplo, lançado no Brasil, em 1976, pela gravadora Discos Continental, com o selo (label) Hispavox, que contém o maior sucesso do cantor no Brasil, com a canção Y te Vas, inclusive regrava em versões por cantores brasileiros. 

Além das canções do compacto original, inclui versões das mesmas canções lançadas posteriormente em outros formatos. As músicas do disco são as seguintes. 

1. Y te vas;
2. Cancion para un poeta (A Federico Muelas);
3. Nana para mi madre;
4. El Ciego.

Bônus Versões Alternativas:
5. Y te vas;
6. Cancion para un poeta (A Federico Muelas);
7. Nana para mi madre;
8. El Ciego.







domingo, 1 de setembro de 2013

HITS OF 73 E 74 - OS GRANDES SUCESSOS - 1992

Nesta postagem resgatamos mais um título da coleção de coletâneas do selo Polydor, denominado "Hits Of". Trata-se do Volume com sucessos dos anos 1973 a 1974, que seria o quinto da série. Infelizmente não tenho todos os títulos da série e nem tampouco consegui obtê-los, por enquanto. 

Assim como os dois outros volumes, que já foram postados aqui no Blog, também foi lançado em 1992, já no formato Compact Disc - Cd. As canções que compõem essa coletânea são as seguintes:

1. People gotta move - Gino Vanelli;
2. You're the first, the last, my everything - Barry White;
3. Hng on in there, baby - Johnny Bristol;
4. You make me feel brand new - The Stylistics;
5. Love's theme - Love Unlimited Orchestra;
6. Daniel - Elton John;
7. Laughter in the rain - Neil Sedaka;
8. Jambalaya - The Carpenters;
9. Sugar baby love - Rubettes;
10. One and one is one - Medicine Head;
11. I've got the music in me - Kiki Dee;
12. Stuck in the middle with you - Stealers Wheel;
13. Ramblin' man - The Allman Brothers Band;
14. I'm just a singer - The Moody Blues;
15. down down - Status Quo;
16. Whiskey in the jar - Thin Lizzy;
17. You ain't seen nothing yet - Bachman Turner Overdrive.










Links: 

OS SUPER QUENTES - VOLUME 3 (1971)

Finalmente o blog LaPlayaMusic obteve uma cópia, mesmo com qualidade limitada, do Volume 3, do grupo de estúdio conhecido como Os Super Quentes

Acredito que esse álbum completa a discografia dessa banda da época da Jovem Guarda. Para mais informações sobre essa banda, veja nossas postagens anteriores. 


O volume 3 foi lançado no Brasil, em 1971, pela gravadora CBS, com o selo (label) Entré. A arte da capa foi copiada de um disco orquestral do maestro Percy Faith (abaixo).

As músicas que compõem esse disco são as seguintes:

01. Vem me ajudar (Help get me some help);
02. Vou buscar o meu amor (Co-Co);
03. De noite na cama
04. Meu coração (How can mend a broken heart);
05. Lola (Lola bella mia);
06. Se (If);
07. Butterfly;
08. Lisa;
09. Desacato;
10. Oho-aha;
11. Vim pedir seu perdão (si dios quiere volveras);
12. Só o amor constrói.


























Arte copiado do álbum "A Time For Love" de Percy Faith (USA 1971)


Link:

LUIZ CLAUDIO - MORRE A VOZ DE VELUDO (2013)

No dia 30/08/2013, em Guaratinguetá, São Paulo, calou-se uma das vozes mais belas da música brasileira. A voz de Veludo, como era chamado. Estou me referindo ao excelente cantor e compositor Luiz Cláudio. 

Luiz Cláudio, foi importante compositor e cantor que se destacou no final da década de 1950 até o início dos anos 1980. Nascido em Minas Gerais, Luiz Cláudio ainda menino formou seu primeiro trio vocal. Descoberto por um produtor de rádio, passa a cantar na capital Belo Horizonte. 

A transição aos discos foi rápida e já com suas próprias composições. Acompanhando-se com um violão discreto e cantando de maneira mansa e voz aveludada, Luiz Cláudio teve influência de Lúcio Alves, Dick Farney e Tito Madi, além dos cantores de fox norte-americanos escutados através do rádio. 

Sua música chamou a atenção rapidamente da juventude e se tornou grande sucesso. Atuou em um programa próprio de TV e despontou como cantor romântico de bom gosto e compositor privilegiado, gravando sambas, sambas-canção, bossa nova, toadas, fox, jazz, música regional e até mesmo rock (veja as postagens dos seus álbuns no Blog LaplayaMusic.)

O Blog LaPLayaMusic deixa o registro do grande sentimento pela perda desse grande compositor e cantor. Lembramos que o blog é um dos poucos que resgatou e disponibilizou, praticamente, toda a sua discografia.

A música brasileira faz um minuto de silêncio. Obrigado Luíz Cláudio pelas maravilhas que nos proporcionou.