sábado, 19 de abril de 2014

PATRICK O'HEARN - MALONES JUMP (1988)

Nesta postagem apresentaremos o multi-instrumentista e compositor Patrick O'Hearn. Tive a oportunidade de conhecer o seu trabalho por acaso. Em setembro de 1988, comprei pela primeira vez a revista americana "Keyboard", que tinha como foco a divulgação de tudo que se relacionava com a parte instrumental em teclados.  

Era comum naquela época, algumas revistas música encartarem brindes, entre eles fitas k7 e compactos flexiveis (moles), de um tipo de plástico específico. Isso também aconteceu com revistas brasileira, tais como "Som Tres" e "Bizz". O intuito era apenas divulgar os artistas. Por isso, esse material, principalmente esses disquinhos flexíveis limitavam a qualidade do áudio.

Retornando ao brinde da revista Keyboard, era justamente um disquinho do Patrick O'Hearn, músico que estava despontando no estilo New Age. Na época eu não tinha a menor ideia do seu trabalho. Assim acredito que muitos também não o conheçam, sendo apresentado nessa postagem aos amigos do blog. Mas, vamos apresentar um pouco sobre a carreira do multi-instrumentista Patrick O'Hearn.


Ele nasceu em nasceu em Los Angeles – Califórnia USA, no dia 06 de setembro de 1954. Embora o seu repertório musical abranja uma gama diversificada de música, ele é um artista aclamado no estilo chamado New Age, tendo lançado mais de 15 álbuns solo, pelas gravadoras Columbia, Capitol, Private Music e selo próprio, o Patrick O’Hearn Music. Suas músicas instrumentais, algumas elaboradas para trilhas de cinema, abrangem a música eletrônica, rock e jazz.

Ele iniciou a sua carreira musical profissional aos 15 anos quando entrou para entidade Musicians Union, começando a tocar em casas noturnas de Portland, Oregon. Ao se formar na Sunset High School, em 1972, ele se mudou para Seattle, Washington. Lá, ele participou brevemente no Cornish College of the Arts e posteriormente realizou estudos particulares com o baixista Gary Peacock.

Em 1973, mudou-se para San Francisco, Califórnia e logo se envolveu na cena jazz vibrante Bay Area da época, tocando baixo para artistas bem estabelecidos Charles Lloyd, Joe Henderson, Dexter Gordon, Joe Pass, Woody Shaw, Eddie Henderson, e Bobby Hutcherson, bem como com outros músicos jovens como idade, incluindo Terry Bozzio , Mark Isham e Peter Maunu .

Enquanto em turnê em Los Angeles em 1976, O'Hearn conheceu o músico Frank Zappa , que lhe ofereceu um trabalho como baixista em sua banda, cargo que ocupou por mais de dois anos. Durante este período, O'Hearn deslocou-se do baixo acústico para a guitarra baixo elétrico (dadas as exigências de arranjos de Zappa), e também se tornou cada vez mais interessado em música eletrônica. O músico Zappa o encorajou a explorar sua coleção de prêmios de sintetizadores, e também lhe apresentou os aspectos técnicos de edição na produção musical, engenharia de áudio e gravação de áudio em estúdio.

Em 1979, se uniu com o trompetista Mark Isham e o guitarrista Peter Maunu, para formar Grupo 87, um conjunto influenciado pelas primeiras gravações do Weather Report, Kraftwerk e Eno Brian . Embora eles só tenham produzidos dois álbuns LPs, em 1980 e 1984, o Grupo 87 o ajudou a estabelecer a direção musical da sua carreira solo. Ambos Isham e Maunu continuariam como colaboradores importantes em vários dos lançamentos solo subsequentes de O'Hearn .

Em 1981, o baterista e ex- companheiro de banda Terry Bozzio o convidou para participar da banda, a “Mission Persons”, juntamente com o guitarrista e companheiro Zappa. O estilo das músicas levaram O’Hearn a fazer mais uma mudança, desta vez , do baixo elétrico para sintetizadores.

A banda “Mission Persons” gravou três álbuns para a Capitol Records, sendo “Spring Session M”, em 1982, “Rima & Reason”, em 1984 e “Color in your Life”, em 1986. A banda se dissolveu no início de 1986 e, posteriormente, O'Hearn e Terry Bozzio se juntaram com o ex- guitarrista do Duran Duran, Andy Taylor e ex- guitarrista do Sex Pistols, Steve Jones, para a realização do álbum “Thunder”, de 1987, e de uma breve turnê. Mais tarde, Terry Bozzio e Warren Cuccurullo contribuiriam em vários álbuns solo de O'Hearn. Em 2001, ele se recusaria a participar em um reencontro da banda “Mission Persons”.

A carreira solo de O'Hearn foi estimulada, em grande parte, por ex-membro, Peter Baumann, do  “Tangerine Dream”, que tinha criado um novo selo musical, destinado a divulgar a música instrumental progressiva, incluída como estilo New Age, que era um nicho já explorado pela banda Grupo 87.

Baumann formou o selo (label) Private, no final de 1984 e assinou contrato com Patrick O'Hearn, tendo já na carteira, artistas como Mahavishnu Orchestra, o violinista Jerry Goodman, a  banda Roxy Music, o tecladista Eddie Jobson e mais tarde, Yanni e Suzanne Ciani. O álbum de lançamento de O’Hearn foi “Ancient Dreams”, em 1985.

Esse álbum permitiu a criação de elementos que caracterizaram a assinatura própria do artista, com a integração de instrumentos de percussão, padrões de guitarra e baixo hipnóticas, sintetizadores, e harmonias minimalistas. Talvez influenciada por seu instrumento preferido, ele frequentemente adicionava elementos de jazz, especialmente quando utilizava o baixo (muitas vezes um baixo fretless), como a voz principal.

Após o disco “Ancient Dreams” seguiu com mais dois álbuns, “Between Two Worlds”, de 1987, obtendo sua primeira indicação ao Prêmio Grammy e “Rivers Gonna Rise”, de 1988. O seu trabalho passou a ter mais consistência, a medida que foi introduzindo mais elementos de jazz. O’Hearn coproduziu várias faixas para o guitarrista Colin Chin, no álbum “Intruding on a Silence”, tendo a participação de Mark Isham no trompete.

O quarto álbum “Eldorado”, de 1989, trilhou o gênero “World Music”, com timbres e elementos diversos, tendo como fonte a América do Sul e Oriente Médio. Como tal, os arranjos contemplaram uma ampla gama de instrumentos, voz e solo de violino. Comercialmente o disco teve boa aceitação pelo público do estilo New Age. Algumas faixas continuam sendo tocadas até os dias atuais, em estações de rádio, que tocam jazz. Ele também foi o compositor da nona e última temporada da série “Falcon Crest”, da TV CBS, no período de 1989 a 1990.

Em 1990, lançou o álbum de remixes Techno, chamado “Mix Up”, pela gravadora Private Music, com contribuições de produtores de música pop, incluindo David Frank, Joe “The Butcher” Nicolo e Carmem Rizzo Junior. No entanto, houve muitas críticas dos fãs e críticos musicais pela realização desse trabalho, estando há algum tempo fora do catálogo oficial do artista. O álbum foi lançado sem o seu conhecimento. Ele só havia concordado que alguns remixes de seu material poderiam ser experimentados em clubes de dança. Em uma entrevista, em 2001, O'Hearn disse que o álbum foi ideia do exclusiva da A&R, um departamento específico da gravadora Private Music e que o mesmo foge da sua linha musical, levando-o a descarta-lo de sua discografia.

Outro ponto importante da carreira musical de O'Hearn, foi marcado pelo lançamento do álbum “Indigo”, de 1991. Ostensivamente cobrado pela repetição do estilo imposto no álbum “Ancient Dreams”, ele minimizou a  utilização de sintetizadores e se concentrou na manipulação do espaço, acústica e texturas, para criar um álbum com uma consistência coesa de tom.

Em 1992, O'Hearn compôs e executou a partitura de “White Sands”, um thriller policial estrelado por Willem Dafoe e Samuel L. Jackson. O filme foi dirigido por Roger Donaldson. Mais tarde naquele ano, ele compôs a trilha sonora de “Silent Tongue”, escrito e dirigido por Sam Shepard e estrelado por Alan Bates, Richard Harris, River Phoenix e Dermot Mulroney.

Depois de uma ausência de quatro anos na gravação de álbuns solo, um período em que focalizou a composição de trilhas sonoras de filmes, O'Hearn lançou em 1995, o disco “Trust”, na recém formada gravadora Deep Cavern. Com contribuições de David Torn e ex- companheiros de banda Terry Bozzio e Warren Cuccurullo, esse disco proporcionou a O'Hearn, a sua segunda indicação ao Grammy. Logo em seguida, em 1996, lançaria o álbum “Metaphor”, pela mesma gravadora, que encerrou atividades paralelamente. Nesse mesmo, lançaria a trilha sonora do filme “Crying Freeman”.

O’Hearn tem contribuído em diversos álbuns de coletâneas. Em 1998, sua composição de 12 minutos, Paralelo 35 apareceu no álbum compilação “The Ambient Expanse”. Em 2000, a sua versão de uma peça de Johann Sebastian Bach, chamada Prelude From Cello Suite No. 1 apareceu na compilação “A Different Prelude: A Contemporary Collection”. Em 2003, a sua versão da composição de Joaquín Rodrigo, chamada Adagio From Fantasy For a Gentleman apareceu na compilação “Adagio: A Windham Hill Collection”. Essa música também é encontrada na compilação “Sundown: Windham Hill Piano Collection”, que foi lançada em 2006.

O álbum “So Flows The Current” foi lançado em 2001 e foi gravado ao longo de um período de três anos, entre 1997 e 2000. Nesse disco O'Hearn se afastou do estilo sintetizador e centralizador na produção e performance (estilo MIDI). Contou com músicos tocando juntos no estúdio. O resultado é um álbum de música da natureza (terra e ar), que lhe rendeu de terra e atmosférica, e que rendeu elogios e outro álbum em 2006.

Em Em 2002, o cineasta David Fortney criou um filme de imagens de paisagens espetaculares ao som das músicas de Patrick O'Hearn. O resultado é “Timeless - A National Parks Odyssey”, que foi lançado em DVD em 2003. Nele foi incluído uma nova versão da musica Beauty In Darkness, originalmente lançada no seu álbum de estréia.


Em seguida, no mesmo ano, foi lançado “Beautiful World”, que foi eleito o álbum número 1, no programa de rádio, “Echoes”. Em 2005, veio o disco “Slow Time”, que marcou mudanças experimentais, caracterizadas por movimentos musicais do século 20, incluindo referências a Steve Roach e Pierre Boulez.

Em 2006, lançou três gravações EP, via iTunes, apenas venda on-line. Os dois primeiros foram a trilha sonora dos curtas-metragens, de Sean Garland, intitulado “The Wheelhouse” e “Simpatico”, originalmente gravado em 1994. O outro foi retirado do material inédito de “The Flows Sessions”.

No ano seguinte, em 2007, lançou o álbum “Glaciation”, no formato Compact Disc – CD, inspirado nas imagens de regiões árticas da Terra. No verão de 2007 O'Hearn foi apresentado para o cantor e compositor John Hiatt e tocou baixo no álbum dele “Same Old Man”. Posteriormente, pediu-lhe para se juntar a sua banda e turnê de lançamento daquele álbum, no ano de 2008. O'Hearn continuou a turnê com Hiatt até 2010 e gravou em seus seguintes lançamentos: “The Open Road”, de 2010, “Dirty Jeans And Mudslide”, de 2011 e Mystic Pinball, de 2012.

Fontes: Wikipedia e Site www.patrickohearn.com, 2014


As músicas que compõem o compacto simples, encartado na Revista Keyboard, de setembro de 1988 são:

Lado A:
1- Malone's Jump;

Lado B:
2- China Lake
























3 comentários:

  1. Muito legal! Estou procurando os mp3 das minhas velhas fitas K7, e pesquisando justamente sobre este flexidisc achei seu blog. Os links no final do texto, testei mas os tres já estão fora do ar.

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  2. Muito bom seu site, referência para pesquisas de grandes artistas. A anos procuro essa gravação desse compacto do Patrick O'Hearm, não existe em lugar algum. Infelizmente o link não está mais ativo. Seria possível você reativar o link de acesso ao mp3? ou enviar para meu email? Obrigado

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    1. Olá, Emanuel.
      Seja bem vindo ao blog LaPlayaMusic Oldies.
      Achar algum álbum aqui no Brasil é raridade. Vou providenciar atualização da postagem. Aguarde.
      Agradeço o incentivo ao blog. Um abraço
      Hedson

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