Nesta postagem apresentaremos o multi-instrumentista e compositor Patrick O'Hearn. Tive a oportunidade de conhecer o seu trabalho por acaso. Em setembro de 1988, comprei pela primeira vez a revista americana "Keyboard", que tinha como foco a divulgação de tudo que se relacionava com a parte instrumental em teclados.
Era comum naquela época, algumas revistas música encartarem brindes, entre eles fitas k7 e compactos flexiveis (moles), de um tipo de plástico específico. Isso também aconteceu com revistas brasileira, tais como "Som Tres" e "Bizz". O intuito era apenas divulgar os artistas. Por isso, esse material, principalmente esses disquinhos flexíveis limitavam a qualidade do áudio.
Retornando ao brinde da revista Keyboard, era justamente um disquinho do Patrick O'Hearn, músico que estava despontando no estilo New Age. Na época eu não tinha a menor ideia do seu trabalho. Assim acredito que muitos também não o conheçam, sendo apresentado nessa postagem aos amigos do blog. Mas, vamos apresentar um pouco sobre a carreira do multi-instrumentista Patrick O'Hearn.
Ele nasceu em nasceu em Los Angeles – Califórnia USA, no dia 06 de setembro de 1954. Embora o seu repertório musical abranja uma gama
diversificada de música, ele é um artista aclamado no estilo chamado
New Age, tendo lançado mais de 15 álbuns solo, pelas gravadoras Columbia,
Capitol, Private Music e selo próprio, o Patrick O’Hearn Music. Suas músicas
instrumentais, algumas elaboradas para trilhas de cinema, abrangem a música
eletrônica, rock e jazz.
Ele
iniciou a sua carreira musical profissional aos 15 anos quando entrou para entidade
Musicians Union, começando a tocar em casas noturnas de Portland, Oregon. Ao se
formar na Sunset High School, em 1972, ele se mudou para Seattle, Washington. Lá,
ele participou brevemente no Cornish College of the Arts e posteriormente
realizou estudos particulares com o baixista Gary Peacock.
Em
1973, mudou-se para San Francisco, Califórnia e logo se envolveu na cena jazz vibrante
Bay Area da época, tocando baixo para artistas bem estabelecidos Charles Lloyd,
Joe Henderson, Dexter Gordon, Joe Pass, Woody Shaw, Eddie Henderson, e Bobby
Hutcherson, bem como com outros músicos jovens como idade, incluindo Terry
Bozzio , Mark Isham e Peter Maunu .
Enquanto
em turnê em Los Angeles em 1976, O'Hearn conheceu o músico Frank Zappa , que
lhe ofereceu um trabalho como baixista em sua banda, cargo que ocupou por mais
de dois anos. Durante este período, O'Hearn deslocou-se do baixo acústico para
a guitarra baixo elétrico (dadas as exigências de arranjos de Zappa), e também
se tornou cada vez mais interessado em música
eletrônica. O músico Zappa
o encorajou a explorar sua coleção
de prêmios de
sintetizadores, e também
lhe apresentou os aspectos técnicos
de edição na produção musical, engenharia de áudio e gravação
de áudio em estúdio.
Em
1979, se uniu com o trompetista Mark Isham e o guitarrista Peter Maunu, para
formar Grupo 87, um conjunto influenciado pelas primeiras gravações do Weather
Report, Kraftwerk e Eno Brian . Embora eles só tenham produzidos dois álbuns LPs,
em 1980 e 1984, o Grupo 87 o ajudou a estabelecer a direção musical da sua carreira
solo. Ambos Isham e Maunu continuariam como colaboradores importantes em vários
dos lançamentos solo subsequentes de O'Hearn .
Em
1981, o baterista e ex- companheiro de banda Terry Bozzio o convidou para
participar da banda, a “Mission Persons”, juntamente com o guitarrista e
companheiro Zappa. O estilo das músicas levaram O’Hearn a fazer mais uma
mudança, desta vez , do baixo elétrico para sintetizadores.
A banda
“Mission Persons” gravou três álbuns para a Capitol Records, sendo “Spring
Session M”, em 1982, “Rima & Reason”, em 1984 e “Color in your Life”, em
1986. A banda se dissolveu no início de 1986 e, posteriormente, O'Hearn e Terry
Bozzio se juntaram com o ex- guitarrista do Duran Duran, Andy Taylor e ex- guitarrista
do Sex Pistols, Steve Jones, para a realização do álbum “Thunder”, de 1987, e de
uma breve turnê. Mais tarde, Terry Bozzio e Warren Cuccurullo contribuiriam em
vários álbuns solo de O'Hearn. Em 2001, ele se recusaria a participar em um
reencontro da banda “Mission Persons”.
A
carreira solo de O'Hearn foi estimulada, em grande parte, por ex-membro, Peter
Baumann, do “Tangerine Dream”, que tinha
criado um novo selo musical, destinado a divulgar a música instrumental
progressiva, incluída como estilo New Age, que era um nicho já explorado pela
banda Grupo 87.
Baumann
formou o selo (label) Private, no final de 1984 e assinou contrato com Patrick
O'Hearn, tendo já na carteira, artistas como Mahavishnu Orchestra, o violinista
Jerry Goodman, a banda Roxy Music, o
tecladista Eddie Jobson e mais tarde, Yanni e Suzanne Ciani. O álbum de
lançamento de O’Hearn foi “Ancient Dreams”, em 1985.
Esse
álbum permitiu a criação de elementos que caracterizaram a assinatura própria
do artista, com a integração de instrumentos de percussão, padrões de guitarra
e baixo hipnóticas, sintetizadores, e harmonias minimalistas. Talvez
influenciada por seu instrumento preferido, ele frequentemente adicionava
elementos de jazz, especialmente quando utilizava o baixo (muitas vezes um
baixo fretless), como a voz
principal.
Após o
disco “Ancient Dreams” seguiu com mais dois álbuns, “Between Two Worlds”, de
1987, obtendo sua primeira indicação ao Prêmio Grammy e “Rivers Gonna Rise”, de
1988. O seu trabalho passou a ter mais consistência, a medida que foi
introduzindo mais elementos de jazz. O’Hearn coproduziu várias faixas para o
guitarrista Colin Chin, no álbum “Intruding on a Silence”, tendo a participação
de Mark Isham no trompete.
O
quarto álbum “Eldorado”, de 1989, trilhou o gênero “World Music”, com timbres e
elementos diversos, tendo como fonte a América do Sul e Oriente Médio. Como
tal, os arranjos contemplaram uma ampla gama de instrumentos, voz e solo de
violino. Comercialmente o disco teve boa aceitação pelo público do estilo New
Age. Algumas faixas continuam sendo tocadas até os dias atuais, em estações de
rádio, que tocam jazz. Ele também foi o compositor da nona e última temporada
da série “Falcon Crest”, da TV CBS, no período de 1989 a 1990.
Em
1990, lançou o álbum de remixes Techno, chamado “Mix Up”, pela gravadora
Private Music, com contribuições de produtores de música pop, incluindo David
Frank, Joe “The Butcher” Nicolo e Carmem Rizzo Junior. No entanto, houve muitas
críticas dos fãs e críticos musicais pela realização desse trabalho, estando há
algum tempo fora do catálogo oficial do artista. O álbum foi lançado sem o seu
conhecimento. Ele só havia concordado que alguns remixes de seu material poderiam
ser experimentados em clubes de dança. Em uma entrevista, em 2001, O'Hearn
disse que o álbum foi ideia do exclusiva da A&R, um departamento específico
da gravadora Private Music e que o mesmo foge da sua linha musical, levando-o a
descarta-lo de sua discografia.
Outro ponto
importante da carreira musical de O'Hearn, foi marcado pelo lançamento do álbum
“Indigo”, de 1991. Ostensivamente cobrado pela repetição do estilo imposto no
álbum “Ancient Dreams”, ele minimizou a
utilização de sintetizadores e se concentrou na manipulação do espaço,
acústica e texturas, para criar um álbum com uma consistência coesa de tom.
Em 1992,
O'Hearn compôs e executou a partitura de “White Sands”, um thriller policial estrelado por Willem Dafoe e Samuel L. Jackson. O
filme foi dirigido por Roger Donaldson. Mais tarde naquele ano, ele compôs a
trilha sonora de “Silent Tongue”, escrito e dirigido por Sam Shepard e
estrelado por Alan Bates, Richard Harris, River Phoenix e Dermot Mulroney.
Depois
de uma ausência de quatro anos na gravação de álbuns solo, um período em que
focalizou a composição de trilhas sonoras de filmes, O'Hearn lançou em 1995, o
disco “Trust”, na recém formada gravadora Deep Cavern. Com contribuições de
David Torn e ex- companheiros de banda Terry Bozzio e Warren Cuccurullo, esse
disco proporcionou a O'Hearn, a sua segunda indicação ao Grammy. Logo em
seguida, em 1996, lançaria o álbum “Metaphor”, pela mesma gravadora, que
encerrou atividades paralelamente. Nesse mesmo, lançaria a trilha sonora do
filme “Crying Freeman”.
O’Hearn
tem contribuído em diversos álbuns de coletâneas. Em 1998, sua composição de 12
minutos, Paralelo 35 apareceu no
álbum compilação “The Ambient Expanse”. Em 2000, a sua versão de uma peça de
Johann Sebastian Bach, chamada Prelude
From Cello Suite No. 1 apareceu na compilação “A Different Prelude: A
Contemporary Collection”. Em 2003, a sua versão da composição de Joaquín
Rodrigo, chamada Adagio From Fantasy For
a Gentleman apareceu na compilação “Adagio: A Windham Hill Collection”.
Essa música também é encontrada na compilação “Sundown: Windham Hill Piano
Collection”, que foi lançada em 2006.
O álbum
“So Flows The Current” foi lançado em 2001 e foi gravado ao longo de um período
de três anos, entre 1997 e 2000. Nesse disco O'Hearn se afastou do estilo
sintetizador e centralizador na produção e performance (estilo MIDI). Contou
com músicos tocando juntos no estúdio. O resultado é um álbum de música da
natureza (terra e ar), que lhe rendeu de terra e atmosférica, e que rendeu elogios
e outro álbum em 2006.
Em Em
2002, o cineasta David Fortney criou um filme de imagens de paisagens
espetaculares ao som das músicas de Patrick O'Hearn. O resultado é “Timeless -
A National Parks Odyssey”, que foi lançado em DVD em 2003. Nele foi incluído uma
nova versão da musica Beauty In Darkness,
originalmente lançada no seu álbum de estréia.
Em
seguida, no mesmo ano, foi lançado “Beautiful World”, que foi eleito o álbum
número 1, no programa de rádio, “Echoes”. Em 2005, veio o disco “Slow Time”,
que marcou mudanças experimentais, caracterizadas por movimentos musicais do
século 20, incluindo referências a Steve Roach e Pierre Boulez.
Em 2006,
lançou três gravações EP, via iTunes, apenas venda on-line. Os dois primeiros foram a trilha sonora dos curtas-metragens,
de Sean Garland, intitulado “The Wheelhouse” e “Simpatico”, originalmente
gravado em 1994. O outro foi retirado do material inédito de “The Flows
Sessions”.
No ano
seguinte, em 2007, lançou o álbum “Glaciation”, no formato Compact Disc – CD,
inspirado nas imagens de regiões árticas da Terra. No verão de 2007 O'Hearn foi
apresentado para o cantor e compositor John Hiatt e tocou baixo no álbum dele “Same
Old Man”. Posteriormente, pediu-lhe para se juntar a sua banda e turnê de
lançamento daquele álbum, no ano de 2008. O'Hearn continuou a turnê com Hiatt
até 2010 e gravou em seus seguintes lançamentos: “The Open Road”, de 2010,
“Dirty Jeans And Mudslide”, de 2011 e Mystic Pinball, de 2012.
Fontes: Wikipedia e Site www.patrickohearn.com, 2014
As músicas que compõem o compacto simples, encartado na Revista Keyboard, de setembro de 1988 são:
Lado A:
1- Malone's Jump;
Lado B:
2- China Lake
Muito legal! Estou procurando os mp3 das minhas velhas fitas K7, e pesquisando justamente sobre este flexidisc achei seu blog. Os links no final do texto, testei mas os tres já estão fora do ar.
ResponderExcluirMuito bom seu site, referência para pesquisas de grandes artistas. A anos procuro essa gravação desse compacto do Patrick O'Hearm, não existe em lugar algum. Infelizmente o link não está mais ativo. Seria possível você reativar o link de acesso ao mp3? ou enviar para meu email? Obrigado
ResponderExcluirOlá, Emanuel.
ExcluirSeja bem vindo ao blog LaPlayaMusic Oldies.
Achar algum álbum aqui no Brasil é raridade. Vou providenciar atualização da postagem. Aguarde.
Agradeço o incentivo ao blog. Um abraço
Hedson