Recentemente, encontrei um álbum instrumental de autoria de Tony Germanus. A princípio, não tinha nenhuma ideia de quem era. Ao pesquisar, descobri que era na verdade o maestro Antonio Porto Filho
(Maestro Portinho). Esse álbum era mais um dos discos lançados com pseudônimos, prática comum naquela época.
Conhecendo um pouco mais o Maestro Portinho: ele nasceu na cidade do Rio
Grande/RS, no dia 27 de setembro de 1925. Foi músico (clarinetista e
saxofonista), maestro, arranjador e compositor.
Mudou-se, ainda jovem,
para Porto Alegre. Na capital gaúcha conheceu o grande violonista paulista
Antonio Rago e a convite deste se radicou em São Paulo. Portinho tocou em
vários regionais, orquestras e chegou inclusive a reger, como convidado, a
Orquestra Jazz Sinfônica de São Paulo.
Participou, nos anos 1940,
do regional de Claudionor Cruz, nos anos 1950 do regional do Rago e foi uma figura
da história do rádio do Rio de Janeiro e de São Paulo. Portinho assinou os
arranjos de alguns discos de renomados artistas, tais como, de Ângela Maria,
Paulo Vanzolini, Nelson Gonçalves, Waldick Soriano e Cláudia Barroso
(descoberta por Portinho).
O Maestro foi também o
arranjador 1º Long playing - Lp do cantor Noite Ilustrada pelos Discos da
gravadora Rozemblit (Mocambo), que alcançou vendagem surpreendente, colocando nas
paradas de sucesso o samba Cara de Boboca.
Noite Ilustrada, quando terminou seu contrato com a gravadora, transferiu-se
para a Phillips e levou consigo o Maestro Portinho, que era um arranjador rico
de ideias, que passou a trabalhar com o produtor Alfredo Borba.
Porém, aonde o maestro Portinho
mais transitou foi na Jovem-Guarda, tendo inclusive gravado um álbum chamado
"Portinho - O Maestro Iê-Iê-Iê". Fez arranjos para as gravações na
época para as músicas de Ed Carlos, Demétrius, Martinha, Mario Faisal e Wilson
Miranda.
Sua discografia é extensa,
entre elas há um álbum só com composições de Noel Rosa, gravado no formato vinyl,
intitulado “Noel Rosa & Portinho dá Samba” e outro que gravou em 1973, com muitas
músicas de Ary Barroso “Samba, O Melhor do Brasil”.
Em 1964, gravou “Walter
Wanderley e Portinho – Orgão, Sax e Sexy” e da série Magia – Volume IV “O
saxofone do Maestro Portinho”. Em 1977, gravou o álbum "Choro Chorado do Portinho” onde
ele interpreta só Choros, inclusive Chorando
no Choro, de sua própria autoria.
O jornalista Luis Nassif
afirma que o "Maestro Portinho é um dos pais do choro moderno". Portinho
gravou outros tantos discos: em 1965, “Portinho e Sua Orquestra - Fogo Nos
Metais”; Em 1988, “Meu Beija Flor – Músicas de Thereza de Toledo e Maestro
Portinho e sua Orquestra”.
O maestro Portinho foi tão
respeitado no meio artístico que o cantor Teixeira o homenageou na gravação da
música ”O Centro Oeste Brasileiro”. Já o violonista de 7 cordas, Ed Gagliardi,
disse que o Mestre Portinho foi como as músicas que compôs: calmo, tranquilo e
alegre.
Seus últimos anos de
atividade foram no exercício no ensino de música na Universidade Livre de
Música - ULM, em São Paulo. O Maestro faleceu no Estado de São Paulo deixando
um legado para a cultura musical brasileira.
Hedson
ResponderExcluirTodo Antonio parece obrigado a ser bom (como tem!). O meu conhecimento da discografia de Portinho é pingado,
suficiente para ressaltar o LP Fogo Nos Metais (Philips/Stereo); um dos maiores em geral. At., AM Fortaleza-CE.
Olá! Eu gostaria de sugerir que o blog fizesse uma homenagem ao cantor Miltinho falecido nesta segunda-feira (08/09). Obrigado e parabéns pelo excelente blog!
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